A desinformação se espalha com rapidez e afeta diretamente decisões que deveriam ser baseadas em ciência e segurança. Hoje, entender como combater fake news em saúde é essencial para qualquer empresa do setor, principalmente porque conteúdos falsos circulam em grande escala, influenciam percepções e estimulam comportamentos de risco.
Como alerta o Ministério da Saúde, narrativas enganosas podem comprometer políticas públicas, reduzir coberturas vacinais e colocar vidas em perigo.
O cenário atual da desinformação em saúde
A circulação de informações falsas ganhou força principalmente a partir da pandemia de Covid-19.
Segundo o Ministério da Saúde, narrativas que desestimulavam o uso de máscaras, a vacinação ou recomendavam medicamentos ineficazes foram amplamente disseminadas e afetaram diretamente a saúde pública.
Esse fenômeno não é apenas comportamento individual, mas sim um problema global, tanto que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica a desinformação como uma das maiores ameaças à saúde mundial.
Além disso, levantamentos divulgados no “Guia virtual para lidar com a desinformação em saúde” mostram a dimensão do problema: 84% das fake news médicas no Facebook circularam livremente e alcançaram bilhões de visualizações.
Isso explica por que conteúdos falsos se tornam “virais” antes mesmo de serem contestados — algo já confirmado por diversos estudos.
Notícias falsas se espalham mais que conteúdos reais
Mensagens enganosas têm maior apelo emocional e não dependem de evidências, o que as torna mais “atrativas” e fáceis de adaptar ao comportamento das plataformas digitais.
Conforme explica a OPAS, a estratégia por trás das fake news explora emoções, manipula dados e utiliza elementos que parecem confiáveis, sobretudo na área da saúde, como citações falsas de médicos ou universidades renomadas.
O Guia reforça que esse cenário é agravado quando não distinguimos fato de opinião. Informações fora de contexto, mesmo se parcialmente verdadeiras, são perigosas porque alteram percepções e levam pessoas a decisões equivocadas sobre tratamentos ou prevenção.
E a evolução tecnológica ampliou o problema. Como revela um levantamento do Instituto de Estudos Avançados da USP, campanhas patrocinadas com uso de inteligência artificial têm manipulado imagens, vozes e até depoimentos de especialistas, tornando os anúncios ainda mais convincentes.
Drauzio Varella, por exemplo, teve imagem e voz usadas indevidamente em propagandas que ele classificou como um “crime contra a saúde pública”.
A responsabilidade das empresas
Com o avanço desse cenário, as empresas de saúde têm papel determinante na proteção do público. Ser mais atuante não significa apenas publicar conteúdos, mas estar presente de forma estratégica, constante e transparente.
Afinal, profissionais e instituições reconhecidas são as principais fontes de confiança quando o assunto é imunização e prevenção. Isso vale também para empresas de saúde, que precisam ocupar espaço nas plataformas onde as pessoas buscam informação.
Hoje, principalmente entre jovens, o TikTok funciona como motor de busca, superando até o Google em algumas pesquisas informais. Portanto, ignorar essa presença é abrir margem para que influenciadores, perfis falsos ou vendedores de produtos duvidosos dominem conversas sobre saúde. Estar nas redes não é opcional, é uma estratégia de proteção social!
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Como as empresas podem agir para combater fake news em saúde
Para serem mais atuantes, as empresas precisam combinar comunicação clara, educação interna e presença ativa nos canais digitais.
1. Ocupação de plataformas-chave
Estar onde o público está é fundamental. Isso inclui:
Esses espaços, quando ocupados por marcas confiáveis, ajudam a reduzir o alcance de conteúdos falsos e oferecem alternativas seguras de informação.
2. Criação de conteúdos educativos simples e claros
Segundo o Guia da USP, a alfabetização midiática é essencial para que as pessoas consigam identificar erros, manipulações e exageros. As empresas podem, por exemplo:
- produzir vídeos curtos explicativos;
- divulgar dados de forma visual e acessível;
- reforçar mensagens baseadas em evidências;
- criar séries de “mitos e verdades”.
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3. Monitoramento e resposta rápida a boatos
A atuação preventiva é importante, mas reagir rapidamente também é essencial. O Ministério da Saúde recomenda identificar a origem, analisar o teor e responder com dados confiáveis.
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4. Parcerias com especialistas reconhecidos
A OPAS reforça que a credibilidade dos profissionais de saúde é determinante. Assim, empresas podem:
- promover lives com médicos;
- criar entrevistas com pesquisadores;
- buscar representantes do SUS, universidades ou sociedades científicas.
5. Rodas de conversa e educação interna
Dentro das empresas, criar espaços de diálogo é fundamental para que colaboradores entendam a importância de verificar fontes antes de compartilhar informação.
Essas rodas podem abordar diferentes temas, incluindo:
- como identificar fake news;
- diferença entre opinião e evidência;
- riscos de compartilhar conteúdos duvidosos;
- responsabilidade social no ambiente digital.
A confiança não se constrói apenas com tecnologia, mas com coerência. Afinal, empresas que se posicionam, comunicam de forma responsável e ocupam os canais certos ajudam a neutralizar conteúdos enganosos.
Entenda: Como a desinformação afeta decisões de saúde e o que fazer a respeito
Combater a desinformação é uma responsabilidade compartilhada
Em suma, aprender como combater fake news em saúde exige esforço contínuo. As empresas têm recursos, alcance e credibilidade para liderar parte dessa mudança, seja produzindo conteúdos acessíveis, investindo em educação interna ou ocupando plataformas digitais onde a desinformação se espalha com mais rapidez.
Se cada empresa assumir o seu papel, o ambiente digital se torna mais seguro, reduzindo os riscos que ultrapassam o mundo virtual e afetam diretamente a saúde das pessoas. Assim, comunicar com clareza, responsabilidade e estratégia deixou de ser opcional e virou compromisso social.
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