Vivemos na era da informação — ou melhor, da infodemia, como define a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em um mundo hiperconectado, onde mensagens chegam em segundos e conteúdos são compartilhados em massa, a desinformação se tornou um dos principais desafios para a saúde pública. E o perigo é real!
Você já deve ter ouvido alguém dizer que “mamografia causa câncer”, “vacinas são perigosas” ou “remédios naturais curam diabetes”. Essas afirmações não são apenas falsas, elas colocam vidas em risco.
E o pior: muitas vezes são compartilhadas até por quem deveria informar com responsabilidade.
Mas qual o impacto disso tudo? E como os profissionais responsáveis por divulgar conteúdos de saúde podem garantir que o que chega ao público seja útil, verdadeiro e seguro?
A desinformação na saúde é mais comum (e perigosa) do que se imagina
A pandemia de covid-19 escancarou o tamanho do problema. A OMS declarou que enfrentávamos não apenas uma pandemia, mas uma infodemia: um excesso de informações, verdadeiras ou falsas, dificultando o acesso da população a orientações seguras.
De acordo com a Fiocruz, 91% dos profissionais da saúde apontaram as fake news como um dos principais obstáculos no combate à covid-19.
E os dados não param por aí: uma pesquisa do Instituto Locomotiva revelou que 88% dos brasileiros já acreditaram em notícias falsas, e muitas delas tratavam justamente de temas sensíveis, como vacinas, tratamentos, prevenção e curas milagrosas.
Além disso, um levantamento do Instituto de Estudos Avançados da USP mostrou que 513 anúncios sobre saúde circulavam nas redes com promessas sem comprovação científica. Entre os temas mais frequentes estavam a saúde sexual masculina, diabetes, emagrecimento e problemas de visão.
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Por que tanta gente acredita em desinformação?
A desinformação é construída de forma sedutora. Ela costuma:
- confirmar crenças pessoais;
- ser compartilhada por figuras de autoridade (como médicos, políticos ou influenciadores);
- usar um tom alarmista e dramático;
- apresentar soluções fáceis para problemas complexos.
Além disso, há o efeito da repetição: quanto mais você vê uma informação, maior a sensação de que ela é verdadeira.
E em tempos de incerteza ou fragilidade, como uma doença na família, por exemplo, as pessoas se tornam ainda mais vulneráveis e agarram-se à esperança, mesmo que seja ilusória.
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Quando a desinformação adoece
Compartilhar conteúdo falso sobre saúde não é inofensivo. É um ato perigoso. Quando alguém acredita que pode curar um problema sério com um chá, cápsula ou exercício milagroso, por exemplo, pode abandonar o tratamento médico, deixar de procurar ajuda especializada ou espalhar esse conteúdo para outros.
Profissionais também propagam desinformação
Outro agravante é quando profissionais da saúde são os vetores da desinformação. O que deveria ser um selo de confiança acaba virando uma armadilha, pois o público tende a acreditar na autoridade do profissional sem questionar.
Além disso, há casos em que celebridades e figuras públicas têm suas imagens e vozes manipuladas por inteligência artificial para simular aprovação de produtos sem registro, como revelou a investigação da USP.
O Dr. Drauzio Varella, por exemplo, teve sua imagem usada em 27% das campanhas analisadas. Ele próprio classificou a prática como um “crime contra a saúde pública”.
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Como garantir a divulgação de conteúdos confiáveis em saúde?
Se você trabalha com conteúdo de saúde tem em mãos um grande poder: a confiança da audiência. Usar esse poder com responsabilidade é essencial.
1. Priorize fontes confiáveis e verificáveis
Use como base sempre fontes oficiais e reconhecidas, por exemplo, Ministério da Saúde, Anvisa, Fiocruz, OMS, sociedades médicas, universidades públicas e revistas científicas revisadas por pares.
Informações “de bastidor”, “de médico no WhatsApp” ou “vazadas de grupos de profissionais” são extremamente arriscadas.
2. Tenha critérios jornalísticos sólidos
Mesmo em campanhas de marketing, os princípios do bom jornalismo devem guiar a produção: checar dados, confirmar autoria, cruzar fontes, bem como entender o todo. Uma citação fora de contexto pode distorcer completamente uma informação técnica.
3. Cuidado com a linguagem
Evite termos sensacionalistas, promessas milagrosas ou chamadas alarmistas. Use uma comunicação acessível, mas fiel à complexidade do tema. Em saúde, “emagrecimento rápido” e “cura garantida” não existem. Portanto, usar esses termos pode custar caro, inclusive juridicamente.
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4. Não confunda popularidade com autoridade
Influenciadores, por mais seguidos que sejam, não substituem especialistas qualificados. Antes de divulgar uma fala, vídeo ou “dica” de saúde, investigue se o profissional é registrado no conselho de classe, se tem atuação clínica e se suas falas estão alinhadas com evidências científicas.
5. Construa pontes com a ciência
Busque especialistas que saibam se comunicar com o público geral. Dê espaço para médicos, enfermeiros, nutricionistas e cientistas que estejam dispostos a traduzir evidências sem simplificar demais ou distorcer.
6. Eduque, sempre
Campanhas que apenas “informam” estão ultrapassadas. O papel do comunicador de saúde é também formativo: ensinar o público a reconhecer fake news, valorizar o cuidado com fontes e tomar decisões mais conscientes sobre sua própria saúde.
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Onde denunciar desinformação?
Se encontrar conteúdo falso, você pode:
- reportar ao Conselho Profissional (CRM, CRN);
- enviar à Ouvidoria do Ministério da Saúde (ouvidoria@saude.gov.br);
- denunciar nas redes sociais (Facebook, Instagram e Google Ads).
A ciência precisa voltar a ser protagonista e o combate à desinformação é um dever coletivo. Afinal, envolve profissionais da saúde, jornalistas, plataformas digitais e, sobretudo, você, cidadão.
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